sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Em Fortaleza, evangélicos promovem campanha contra candidata do PT

FORTALEZA - A possível vitória da candidata do PT, Luizianne Lins, no primeiro turno inspirou a Convenção de Ministros das Assembleias de Deus Unidas do Ceará (Comaduec) a iniciar mais uma campanha contra a candidata. Além de oficializar o apoio à Patrícia Saboya (PDT), a entidade irá espalhar pela cidade, nesta quinta-feira (2), aproximadamente, 800 outdoors contra a candidata do PT. Essa não é a primeira vez que a entidade ataca a Luizianne. A mesma tática foi utilizada no mês passado pela convenção que mandou colar 800 cartazes e afixar outros 100 outdoors pela cidade, afirmando que a atual prefeita seria contra a bíblia e o povo de Deus. As mensagens anteriores traziam as frases: “Luizianne é contra a Bíblia e o povo de Deus. Diga não a Luizianne” e “Sra. Jezabel, por que a senhora é contra a bíblia e o povo de Deus?”. Agora, a briga ficará mais acirrada. A população irá se deparar, a partir de quinta, com os seguintes textos: “Não vote naquela que fez pacto com diabo para vencer as eleições” e “13 significa 666, a besta”. Essas novas ações dos pastores buscam a mudança de votos do eleitorado com o propósito de levar a disputa para o segundo turno. “Nós temos força para isso, congregamos 60 mil fiéis. Pode ter certeza de que Fortaleza irá para o segundo turno”, avisa o presidente da Comaduec, Shelley Macêdo da Costa. A decisão de apoiar Patrícia foi deliberada numa reunião com 410 pastores, quando foram analisadas as propostas de Moroni, Saboya e Gastão (que renunciou). Durante o pleito, 70% dos votos foram para a candidata Saboya. Sobre o patrocínio dessas ações, o presidente Shelley afirma que não há qualquer financiamento e faz questão de relembrar o apoio dos evangélicos à candidatura de Luizianne em 2004. “Naquele ano, a convenção apoiou o partido com 200 mil cartas e ninguém reclamou”, explicou.
Os conflitos entre os evangélicos e Luizianne teriam iniciado desde o veto da prefeita, em 2007, a um projeto de lei que previa a distribuição de exemplares da bíblia para todas as escolas públicas do município. A polêmica criada em torno do veto fez a petista voltar atrás e aprovar o projeto. “Se Luiziane é apoiada por pessoas que escondem dólares em roupas íntimas, porque não posso ser apoiada por um povo bonzinho”, declara Patrícia Saboya, fazendo referência à prisão de José Adalberto Vieira da Silva, em 2005, então assessor do deputado José Nobre, irmão de José Genoíno, ex-presidente do PT. A assessoria reforça que não houve qualquer contato ou discussão de Saboya com os evangélicos e acredita que eles acabaram votando nela pela sua trajetória com crianças e adolescentes.

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